Continuamos essa semana falando de Diabetes e Amor, depois do texto “Quando a Gente Ama Alguém que Tem Diabetes”. Esta semana, ficamos inspirados com o comentário na nossa página do facebook de Sergiane Cançado. Portanto decidimos trazer o relato de uma pessoa da nossa equipe que vive com alguém que não tem diabetes.

Amor e Diabetes: Quando a gente ama alguém que não tem diabetes:

“Conheci meu marido 6 anos após o meu diagnóstico. Eu nem sempre gostei de falar que eu tinha diabetes. Isso porque eu ainda não tinha entendido a diferença entre ter diabetes e ser diabética. Até hoje eu não gosto desse termo “sou diabética”, pois eu não sou a doença, nem preciso dela para definir quem eu sou ou chamar atenção.

Sinto que ele nunca me olhou com um olhar de que eu era diferente porque eu tinha diabetes. Ao mesmo tempo que não deixava o assunto na negação, sem falar dele. Sendo que, aos olhos dele, o diabetes era uma parte de mim e não quem eu era. <3

Isso para mim era algo muito raro. Normalmente, quando as pessoas sabem que eu tenho diabetes, começam a dizer o eu posso e não posso fazer. Como se naquele exato momento elas tivessem ganhado um exemplar do “Dicionário da Verdade Absoluta” que se aplica a todas as pessoas do mundo da mesma forma.

Talvez algumas pessoas não entendam que o diabetes. É algo que está com a gente tanto quanto a nossa respiração, só que brincando de montanha russa com a nossa glicemia e nossas emoções.

Claro, não estou dizendo que elas não têm as melhores intenções. Mas as vezes, dependendo do momento em que nos pegam, essas afirmações, nem sempre são verdadeiras, nos cansam e nem sempre ajudam.

Ter alguém do meu lado não quer dizer que a pessoa passará pelos meus desafios por mim. isso só eu posso fazer. Mas, enquanto cuido do diabetes, sinto que posso ter alguém que ouve os meus sentimentos. Que tenta entender como é. Que me ajuda a fazer escolhas de médicos e tratamentos. Que busca uma fruta quando eu preciso. Que me abraça nos dias difíceis (aqueles em que é muito difícil carregar tudo isso). Me diz “eu te admiro muito, sei que não é fácil e vejo o quanto você se esforça, possa fazer algo para te ajudar?”. Isso significa o mundo para mim.

É quando eu tenho a oportunidade de falar sobre a minha dor que esclareço o que me dói e, ao entender o que é, consigo ver que sou mais forte do que isso.

Com o tempo vi que ao meu parceiro dedicar-se para entender mais o meu tratamento. Ele se tornava um cidadão mais esclarecido capaz de inclusive auxiliar outras pessoas além de mim como por exemplo no trabalho dele. Dando suporte a colegas que tem vergonha de medir a glicemia em público e incentivando campanha de detecção no mês do Dia Mundial.

Temos cerca de 13 milhões de pessoas com diabetes no Brasil. Cada pessoa com diabetes educando seus parceiros, amigos, parentes, pais e irmãos, pode aumentar a conscientização sobre o assunto na sociedade. Juntos podemos fazer a diferença no mundo de quem tem diabetes. Levantando o assunto nas escolas, empresas, grupos de bairro, equipes de esportes e etc.

Juntos somos mais fortes!”

Vamos juntos?