Glucagon borrifado o nariz ao invés da injeção?

O Glucagon é um hormônio produzido pelo corpo pelas células alfa do pâncreas, que tem um efeito oposto ao da insulina, produzido pelas células beta do pâncreas, ou seja, aumenta o açúcar no sangue.

No corpo de alguém que não tem diabetes, quando a pessoa fica muito tempo sem se alimentar ou pratica exercícios, a taxa de açúcar no sangue cai, podendo levar à hipoglicemia. Neste momento o Glucagon entra em ação:

  1. Ele age no fígado, quebrando o glicogênio (estoque de glicose do fígado) em moléculas de glicose, e essa glicose é levada para o sangue para normalizar a taxa de açúcar no sangue;
  2. Ativar a conversão de aminoácidos em glicose (gliconeogênese);
  3. Quebrar a gordura armazenada (triglicéridos) em ácidos graxos para uso como combustível pelas células.

Em pessoas com diabetes, os níveis elevados de glicemia em circulação podem inibir a liberação de glucagon para corrigir a hipoglicemia. Sendo assim, em casos de hipoglicemia grave, em que a pessoa não consiga ingerir alimentos (sólidos ou líquidos), tenha convulsões, desmaios e coma, é indicado o uso do Glucagon injetável.

A ideia é que ela seja fácil de aplicar, bastando espirrar a solução dentro do nariz. O produto está em estudo fase 3, quando um medicamentos é testado em seres humanos.

O estudo do Glucagon em Spray
lilly glucagon locemia

Nesta fase do estudo, foram feitos experimentos com adultos com diabetes tipo 1 que estavam tendo um episódio hipoglicêmico moderado a grave.

Os pacientes tratados recuperaram da hipoglicemia dentro de uma meia hora em 96% dos casos, e 90% dos cuidadores (tipicamente um cônjuge) acharam o produto fácil de usar.

Foi o que Elizabeth R Seaquist, MD, University of Minnesota apontou no Congresso Americano de Diabetes (American Diabetes Association, ADA 2017).

FDA precisa aprovar o Glucagon Spray para poder ser comercializado.

Em outubro de 2015, Eli Lilly adquiriu os direitos globais do produto nasal, que foi originalmente desenvolvido pela empresa canadense Locemia Solutions. Lilly planeja enviar uma nova aplicação de drogas à US Food and Drug Administration (FDA) no primeiro semestre de 2018, que incluirá o estudo atual.

A fonte dessa reportagem é a entrevista de Chad Grothen. Ele é líder mundial em desenvolvimento de marca Lilly Diabetes ao canal Medscape Medical News. Para mais informações, acesse.

Foto: Clinidiabet e Diatribe

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