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A Psicoterapia no Diabetes

O endocrinologista é o médico recomendado para tratar do diabetes. Se o paciente estiver com retinopatia, deve se consultar com o oftalmologista, se tem neuropatia melhor buscar ajuda com um neurologista, mas todos, preferencialmente, com experiência no tratamento de pessoas com diabetes. Você também pode se cuidar com um clínico geral, mas o resultado será imprevisível para qualquer dos casos acima.

Assim como existem médicos especialistas, os psicólogos também são divididos de acordo com as abordagens escolhidas durante seus cursos de formação, que são inúmeras. Algumas, mais do que outras, são indicadas para o bom tratamento do diabetes.

Como sabemos, o diabetes nos acompanha o dia todo por todos os dias da semana. Não dá trégua, férias e nem descanso. O desgaste mental de quem vive com esta condição é substancial e vale tanto para quem tem o tipo 1 quanto o tipo 2.

Resultados ruins de exames, sequências nada favoráveis de glicemias, hipoglicemias severas, aplicações constantes de insulina, alto custo do tratamento e, principalmente, consultas com médicos que não entendem a dificuldade de se viver com diabetes, em conjunto ou de forma isolada, impactam consideravelmente nosso aparelho psíquico.

Estes eventos representam apenas uma pequena parcela do rol de fatores que degradam o humor do diabético e de seus entes queridos. Tudo contribui para uma redução de sua qualidade de vida e nesta hora, ou antes mesmo de chegar neste ponto, é aconselhável consultar-se com um profissional de Psicologia.

Fazer psicoterapia possibilita solucionar conflitos internos, promover o autoconhecimento e melhorar a saúde mental. É nesta hora que o indivíduo enxerga a si mesmo e pensa nas razões que o levam a ter determinados pensamentos obscuros ou a tomar atitudes nada desejáveis em relação à sua vida ou aos cuidados de seu diabetes.

Dentre os diversos tipos de abordagens, destacamos a Terapia Cognitivo Comportamental – TCC – que é focada no problema que o paciente busca resolver num tempo mais curto de tratamento do que o tempo gasto habitualmente em outras terapias convencionais.

O objetivo da TCC é mostrar que a interpretação muitas vezes equivocada que damos aos fatos ocorridos em nosso cotidiano exercem influência negativa sobre nós. Durante o processo terapêutico, o psicólogo ou psicóloga irá ajudar o paciente a distinguir cada um desses pensamentos, para elaborá-los e entendê-los com clareza. A partir de então, se necessário, modificá-los.

Além de psicólogos adeptos da TCC, existem profissionais que fazem uso de outras abordagens, todas válidas. Dentre muitas, podemos citar a Psicologia Analítica de Jung, o Humanismo, a Psicanálise de Freud ou de Lacan, a Gestalt e a Psicoterapia Corporal.

A terapia usualmente proporciona um bem-estar psicológico que, por sua vez, de forma indireta, propicia uma melhora no tratamento do diabetes. É questão de causa e efeito, se a cabeça está boa, tudo se resolve. No mínimo nos tornamos mais otimistas e nos sentimos melhor. Os bons resultados são consequências.

 

Raquel Limonge – Diabética do tipo 1 desde 1983. Ela é editora do TiaBeth.com.

 

Imagem – Produção Glic

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