Acreditamos que amor e apoio à quem tem diabetes é parte do tratamento.
Nossa equipe é feita de pessoas com diabetes e pessoas que não tem diabetes. Sendo que todas trabalham com muito amor pela causa. Vamos apresentar a perspectiva de alguém que ama alguém que tem diabetes e como isso impacta seu dia a dia.
Abaixo compartilharemos o relato de um dos membros da nossa equipe que é casado com uma pessoa com diabetes. Boa leitura!
“Eu não tenho diabetes. Mas convivo há anos com uma pessoa com diabetes e faço o possível para participar e ajudar nos cuidados diários. Horários para a alimentação. Rotina de exercícios. Horários para remédios. Acordar a noite para auxiliar na correção da hipoglicemia ou hiperglicemia. Dar colo quando os dias difíceis aparecem e lembrar sempre o quão incrível ela é por enfrentar o tratamento, e mesmo com as suas dificuldades, nunca desistir.
Os cuidados com diabetes exigem atenção para algumas atividades de rotina. Contar carboidratos, medir a glicemia antes de comer, aplicar insulina entre outras. Com o tempo essas atividades ficam mais automáticas e até parecem naturais. No entanto, por serem “24/7”(24h por dia 7 dias por semana) eles nunca terminam, cansam e as vezes esgotam.
Algumas vezes tenho vontade de carregar um pouco alguns cuidados. Mas não tenho como viver a diabetes por ela, no entanto posso ajudar. Ajudando a manter os horários das refeições. Na escolha da alimentação (prestando mais atenção ao que comemos). Com a rotina de atividade fisíca, incentivando a rotina e convidando para caminharmos juntos. Ouvindo seus sentimentos com muito carinho e mostrando um lado bom quando as coisas ficam difíceis.
Algumas dicas que aprendi foram:
- Não adianta só cobrar: Não é cobrando por melhores resultados que ajudamos. Isso só gera pressão adicional que não é necessária e normalmente acabamos cobrando pelo medo que sentimos de que algo de mal lhes aconteça. Tem duas perguntas que aprendi que são fundamentais: “Como você está se sentindo em relação à isso?” e “Existe alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar?”.
- Vale a pena aprender: Ler livros, sites e blogs, acompanhar as consultas (mesmo que de longe, perguntando como foi), participar de palestras educativas ou ONGs além de ensinar o familiar como agir em determinadas situações, demonstram o interesse no assunto e quem tem diabetes se sente visto, reconhecido e acolhido.
- Empatia: Você familiar já mediu a sua glicemia alguma vez? Já usou um cateter por alguns dias? Acompanhou no treino de ginástica? Ao nos colocarmos no lugar do outro além de entendermos melhor como funciona. O outro sente o seu esforço, te permite estar mais próximo e ajudar mais com o tratamento.
- Esteja disposto a ouvir (com ouvidos livres): O tratamento do diabetes é muito complexo. Ao planejar uma viagem, diabetes. Ao pensar no novo trabalho, diabetes. Está com gripe, diabetes. Estresse emocional, diabetes. Se deitar a noite, diabetes. É muita coisa. As vezes a pessoa com diabetes só precisam falar um pouco sobre seu tratamento, e se você ama, não tenho dúvida, estará disposto a ouvir.
Existem diversos estudos que mostram o quanto o apoio da família ajuda na aceitação e no tratamento da pessoa com diabetes. E na verdade, nem precisamos de estudos para saber o quanto o acolhimento e escuta de outra pessoa nos fazem sentir melhor, pois isso acontece conosco em nossas vidas também.
Pode facilitar a adesão ao tratamento e contribuir para a prevenção de complicações em longo prazo. Proporcionando melhoria da qualidade de vida durante a evolução do diabetes.
Portanto, quando a família participa dessa nova rotina, a pessoa com diabetes se sente acolhida. Não tendo que carregar sozinha todo o fardo do tratamento. Compartilhando os desafios com os demais integrantes da família.”
Sozinho é possível, mas juntos podemos ir mais longe. Vamos?