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Família e diabetes, qual a relação?

Para começarmos a falar sobre o tema, queremos propor uma breve reflexão: O que é família para você?  Por muito tempo o conceito era pautado em um homem, uma mulher e filhos que vivem sob o mesmo teto. Sabemos que na prática nem sempre é assim, por muitas variáveis culturais, sociais, ideológicas, etc. 

Em 2016, o dicionário Housaiss incluiu um novo significado para a palavra família, sendo: “Núcleo social de pessoas unidas por laços afetivos, que geralmente compartilham o mesmo espaço e mantêm entre si uma relação solidária.”

O que queremos dizer com isso? Nem sempre a formação familiar de uma pessoa vai ser igual a de outra. Queremos começar o texto com abertura à uma reflexão pessoal dentro de cada um.

Quando a família recebe o diagnóstico de diabetes

O diabetes chega das mais variadas formas. De maneira silenciosa, de repente, em qualquer idade. Todos podemos estar sujeitos a desenvolver a condição. É comum dizermos que a família é diagnosticada com diabetes. Quem tem o diagnóstico precisará de muito apoio de todos com que convive. Quando o diabetes chega, traz impacto direto na vida de uma pessoa e a família acaba tendo grande influência na forma do indivíduo lidar com a condição. 

Algumas famílias conseguem sustentar a notícia com mais facilidade. Outras têm grande resistência e dificuldade com a notícia, o que é natural para o novo e desconhecido. Alguns sentimentos são frutos da falta de informação correta. Medo, insegurança, memória de casos de conhecidos, ignorância. Começam as perguntas. “E agora, como vai ser?”, “O que pode?”, “O que não pode?”, “Como fazer?”, “Quando fazer?”, e tantos outros tópicos  alimentação equilibrada, rotina de cuidados, relacionamentos, escola, trabalho. 

Vamos com calma, cada um é um, cada tratamento é específico. Cada um passa por essas questões de formas muito íntimas e singulares. Não ter uma cobrança rígida de como as coisas devem ser, tanto para quem tem diabetes, quanto para a família. Aprender a lidar com as expectativas e frustrações, que são parte da vida, pode ser uma habilidade importante nesse momento.

Os estágios emocionais ao longo do tratamento

É normal, mediante o diagnóstico alguns sentimentos. Raiva, culpa, medo, dentre tantos outros, inclusive num curto espaço de tempo entre eles. Como alegria ao conseguir manter a glicemia na meta 2 horas após o almoço e raiva por ver que a dor da última aplicação deixou um roxinho na pele. Esses e outros sentimentos aparecem ao longo da nossa vida e vamos aprendendo a lidar com eles da melhor forma. Pois, além do diabetes, passamos por todas as fases que todas as pessoas passam. Frustração com as provas, rejeição daquela pessoa que gostamos, falhamos em conseguir aquela vaga de emprego e tantos outros exemplos.

A família é o nosso apoio para lidar com o mundo. É de onde tudo parte e para onde nós sempre voltamos. É quem nos dá acolhimento e apoio para nos aventurarmos no mundo. Pela experiência da nossa equipe, quanto mais é possível manter um diálogo sincero e empático na família, é possível encontrar mais força e coragem para lidar com os desafios que se apresentam.  Fácil? Nem sempre, mas é possível. 🙂

Apoio, amor e colo

Nem sempre será fácil gerenciar tantas coisas. Cada ser humano neste globo terrestre tem seus desafios. E assim como precisamos de uma mãozinha de vez em quando, também somos parte de um grupo (familiar ou social) em que podemos ajudar alguém também. Na família que nascemos, na que escolhemos chamar de nossa, nos amigos que são como uma e tudo aquilo que nos é familiar. Ajudar o próximo também é uma forma de nos ajudarmos. Um exercício que nos coloca em movimento. Nos faz entender a vida de formas diferentes e respeitar as diferenças.

Aqui no Glic nós somos e também nos sentimos uma família de cada pessoa que conversamos no nosso atendimento. Exercitamos com o tempo o nosso diálogo e entendimento sobre a condição. Afinal, por mais que tenhamos diabetes, vemos que para cada um o diabetes é algo totalmente diferente. Juntos encontramos caminhos possíveis e nos fortalecemos para enfrentar tantas outras novas dúvidas.

“O sangue é pro corpo, o que o amor é pra uma família”, diz o poeta. Se este sangue precisa controlar a glicemia, manualmente, digamos assim, que seja com muito amor e carinho.   

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