Você sabia que o número de amputações dos membros inferiores relacionadas ao diabetes está aumentando a cada ano? Em 2022, houve um total de 10.168 amputações, representando um aumento de 3,9% em relação ao ano anterior, onde foram registradas 9.781 amputações. Isso significa que, em média, foram realizadas 27,85 cirurgias por dia no ano retrasado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Já em 2023, de janeiro a agosto, foram realizadas 6.982 amputações, o que equivale a 28 por dia.
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Causas das amputações por diabetes
É importante destacar que muitas pessoas com diabetes não sabem que têm esse diagnóstico até que complicações graves se manifestem. Isso acontece porque o aumento dos níveis de açúcar no sangue ocorre gradualmente ao longo do tempo. Por isso, indivíduos com diabetes frequentemente desenvolvem neuropatia diabética e/ou isquemia, que aumenta a probabilidade de surgimento de feridas de difícil cicatrização.
A neuropatia diabética é uma complicação do diabetes que afeta os nervos, especialmente nos pés e pernas, resultando na perda de sensibilidade ao toque, temperatura e dor. Isso significa que as pessoas podem não perceber quando se machucam. Como resultado, feridas não tratadas podem evoluir para infecções que necessitam de amputação.
Além disso, o sistema imunológico enfraquecido em pessoas com diabetes torna mais difícil combater infecções. Ou seja, se uma infecção não é controlada, ela pode se espalhar e resultar em gangrena, que é a morte do tecido devido à falta de suprimento sanguíneo adequado.
Outra complicação comum do diabetes é a Doença Vascular Periférica, que ocorre quando os vasos sanguíneos nas pernas e pés ficam estreitados ou obstruídos. Portanto, isso reduz o fluxo sanguíneo e prejudica a cicatrização de feridas, aumentando o risco de gangrena.
Dessa forma, quando uma ferida diabética se torna grave e não responde ao tratamento, ou quando há gangrena, a amputação cirúrgica pode ser a única opção para evitar complicações mais graves, como infecções generalizadas.
Então, como prevenir as amputações por diabetes?
Por fim, para prevenir essas complicações, é essencial manter os níveis de açúcar no sangue sob controle, realizar exames regulares nos pés, cuidar das feridas adequadamente e adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e exercícios físicos. Além disso, é fundamental ter acesso a cuidados médicos regulares para detectar e tratar precocemente quaisquer problemas que possam surgir.
Referências Bibliográficas
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022. [citado em 14 de Março 2024] Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Manual de cuidados com os pés para pessoas com diabetes. 2ª edição. SBD: São Paulo, 2020.
Rio de Janeiro (RJ). Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Superintendência de Atenção Primária. Coleção Guia de Referência Rápida: Diabetes Mellitus. 1ª edição. SMS/RJ PCRJ: 2016. [citado em 14 de Março de 2024]. Disponível em: https://subpav.org/SAP/protocolos/arquivos/GUIAS_REFERENCIA/guia_de_referencia_rapida_-_diabetes_mellitus.pdf
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus – Brasília: Ministério da Saúde, 2013