Você que utiliza bomba de insulina, alguma vez já fez uma pausa no uso da bomba? Seja porque tirou férias, porque foi para a praia ou por ter tido alguma infecção? Nossa usuária Bia já passou por essa experiência e vai compartilhar ela com a gente.
Mensagem que recebemos da Bia:
“Em outubro do ano passado começaram as trocas de mensagens no grupo de whatsapp das minhas amigas da faculdade para decidir em que lugar iríamos passar a virada do ano e a decisão foi unanime: praia.
Eu usava a Vagalume (nome carinhoso da minha bomba) há aproximadamente 5 anos junto com o Glic (para contar carboidratos e registrar todo o meu diário).
Sempre que ia para a praia eu ficava um pouco preocupada em estragar a bomba, que não é algo barato, ou estragar a insulina que estivesse na bomba com o sol.
Eu normalmente contava ficar sem a bomba durante uma hora ou duas e dava uma dose de insulina relativa à esse tempo antes de desligar a bomba. O que acontecia era que eu não conseguia manter uma glicemia boa.
Parecia que quando eu colocava a bomba de volta a glicemia ainda ficava boa. Mas horas depois (como se fosse um reflexo do tempo que eu tinha ficado sem a bomba) a glicemia aumentava. Fora isso, havia o medo de queimar a marca do cateter na pele e ficar parecendo um dálmata. rs :o)
Dessa vez eu queria poder me preocupar menos para poder aproveitar mais, afinal eram mais dias que iriamos ficar na praia.
Marquei minha consulta de rotina, em Novembro. Conversei com a minha médica, como eu deveria fazer para ficar uns dias sem a bomba durante o período das férias.
Ela me orientou como fazer a transição para as canetas de insulina. No meu caso para a Tresiba e Novorapid. Além de aumentar o número de pontas de dedo por dia para eu me sentir mais segura ou se eu quisesse utilizar apenas o Libre eu também poderia. Caso me sentisse confortável para isso.
Chegou o dia da viagem. Roteiro, roupas, amigas, kit-pâncreas e sorriso no rosto! Um belo dia de sol! Decidimos parar em um restaurante para almoçar e no calor da felicidade desse dia tão gostoso.
Desci do carro e quase esqueci minha bolsa no carro. Nem quero imaginar o que teria acontecido se eu tivesse esquecido, teria atrapalhado bastante a minha viagem! Fique sempre atento aos seus medicamentos em qualquer viagem, isso pode poupar bastante dor de cabeça! #ficaadica
Deixei para tirar a bomba na praia mesmo, confesso que estava um pouco aflita de ficar longe da Vagalume depois de 5 anos de dedicação 24/7.
Como as minhas amigas já sabiam que eu tenho diabetes e os cuidados básicos que eu posso precisar, chamei a minha amiga mais próxima e expliquei para ela exatamente o que eu estava fazendo e ela disse que se eu precisasse de qualquer coisa, para avisá-la.
Hora H DO PUMP BREAK !
Desliguei a bomba e fiquei bastante atenta para o risco de hipoglicemia, pois era possível que tivesse insulina da bomba ainda atuando quando eu trocasse a basal pela Tresiba.
Deu tudo certo! Eu senti algo que não sentia há anos, uma liberdade que no início eu estranhei muito, parecia que algo estava faltando. Não sei dizer. Tomar banho sem nada preso à mim.
Como o Glic agora deixa a gente inserir dados no passado, também não me preocupei muito em ficar conectada demais ao celular. Tudo o que fiz com a caneta está anotado e levarei para a minha médica na próxima consulta (que já está marcada).
Depois de alguns dias fiquei muito contente com as glicemias. Inclusive notei que estava tendo menos hipoglicemias. Talvez porque eu estivesse em um momento tão bom com as amigas que não ficava o tempo todo checando. Fiquei contente com a possibilidade de poder ficar horas no mar (<3 MUITO!) sem me preocupar se precisava conectar a bomba novamente. Me senti menos bitolada, mais leve e sem tantas preocupações.
Foi ótimo! Que 2017 venha com ótimas glicemias e momentos inesquecíveis!
Beijos doces,
Bia”