Se você ou alguém próximo tem diabetes mellitus, muito provavelmente já ouviu falar sobre a importância de “medir a glicose” com frequência. Essa medição, que é feita com um pequeno aparelho chamado glicosímetro, permite saber quanta glicose está circulando no sangue naquele momento¹. Mas por que isso é tão importante? E como isso pode evitar os famosos picos de glicose no sangue? Vamos explicar de forma simples e clara.

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O que são os picos de “açúcar” (glicose)?

Os picos de glicose acontecem quando seus níveis no sangue sobem rapidamente e atingem valores muito acima do ideal. Isso pode acontecer após uma refeição com muitos carboidratos (como pão branco, massas, doces ou refrigerantes), em momentos de estresse, durante uma infecção, ou até por uso incorreto dos medicamentos para diabetes².

O problema é que, quando esses picos se repetem com frequência, aumentam o risco de complicações a longo prazo. Isso inclui problemas nos olhos, nos rins, nos nervos e no coração. Além disso, os picos de glicose podem provocar sintomas imediatos, como cansaço, sede excessiva, visão embaçada e mal-estar generalizado²,³.

 

Como o monitoramento pode ajudar?

O monitoramento da glicemia capilar é uma das principais ferramentas para controlar o diabetes. Ao medir regularmente a glicose ao longo do dia, a pessoa passa a entender melhor como seu corpo reage aos alimentos, aos remédios, à atividade física e até ao estresse⁴.

Veja alguns exemplos práticos de como isso ajuda a evitar os picos:

  • Antes das refeições: se a glicose já estiver alta, talvez seja necessário mudar o tipo de alimento que vai ser consumido ou até ajustar a dose de insulina, no caso de quem usa.
  • Duas horas após as refeições: essa é uma hora importante para identificar se aquele almoço ou lanche elevou demais o açúcar no sangue. Se isso acontecer com frequência, pode ser sinal de que a alimentação precisa ser revista ou o tratamento ajustado.
  • Antes de dormir: medir a glicose à noite ajuda a identificar se o controle do dia foi eficaz e se existe risco de a glicose subir demais (ou até cair) durante a madrugada.
  • Em momentos específicos: como antes de dirigir, ao praticar atividade física, ou quando estiver se sentindo mal. Nessas situações, saber o valor da glicose pode evitar acidentes e complicações graves.

 

Entender os padrões ao longo do tempo

O mais importante não é o número isolado de uma glicemia, mas sim os padrões que se formam ao longo dos dias. Por isso, anotar os valores (ou usar aplicativos que registram automaticamente) ajuda o médico a entender melhor o que está funcionando e o que precisa ser ajustado no tratamento.

Por exemplo, se a glicose está sempre alta após o café da manhã, pode ser necessário mudar o tipo de pão, o horário da medicação ou a dose de insulina. Se ela sobe muito após o almoço, talvez seja a hora de incluir uma caminhada depois da refeição. São esses pequenos ajustes que fazem a diferença.

 

Monitoramento permite liberdade

Muitas pessoas veem o hábito de medir a glicose como uma cobrança, como algo “chato”. Mas, na verdade, quem mede com frequência e entende seus padrões, vive com mais liberdade. Isso porque pode comer com mais consciência, adaptar horários, escolher melhor os exercícios e, principalmente, evitar sustos com picos ou quedas de glicose.

É claro que cada pessoa tem uma rotina diferente, e o número de medições por dia pode variar. Quem usa insulina costuma medir mais vezes. Já quem está em tratamento com comprimidos pode medir menos. O importante é seguir as orientações do médico e não usar o monitoramento apenas em momentos de crise. Ele deve fazer parte do dia a dia, assim como escovar os dentes ou tomar banho.

 

Conclusão

Evitar os picos de glicose é um dos maiores desafios para quem vive com diabetes, mas também uma das principais formas de prevenir complicações e viver bem. E a ferramenta mais simples e acessível para isso é o monitoramento regular da glicemia capilar. Com ele, é possível entender melhor o próprio corpo, adaptar a alimentação, ajustar os remédios e ganhar mais qualidade de vida³,⁴.

Então, se você convive com o diabetes, não tenha medo do glicosímetro. Ele é seu aliado. Cada número que aparece ali é uma informação valiosa, e cada informação te ajuda a viver com mais saúde e autonomia.

Por: Ícaro Sampaio, graduação em medicina pela Universidade Federal do Vale do São Francisco; Residência em Clínica Médica pelo Hospital Regional de Juazeiro – BA; Residência em Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das Clínicas da UFPE; Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Médico endocrinologista no Hospital Esperança Recife e Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa. CRM: CRM 22639-PE

Referências:

  1. Sociedade Brasileira de Diabetes, Departamento de Enfermagem. Orientações sobre glicemia capilar para profissionais de saúde. Cavicchioli MGS, Oliveira SKP, coordenadoras. São Paulo: SBD; 2023 [Internet]. Disponível em: https://diabetes.org.br/wp-content/uploads/2023/09/Orientacoes_Glicemia_SBD.pdf.
  2. Vilar L, editor. Endocrinologia clínica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2025.
  3. American Diabetes Association, Professional Practice Committee. Glycemic goals and hypoglycemia: Standards of care in diabetes—2025. Diabetes Care. 2025 Jan 1;48(Suppl 1):S128-45.
  4. Santos SS, Nascimento WR, Morais YJ. Papel da glicemia capilar no controle do diabetes mellitus do tipo 2. Res Soc Dev. 2021;10(13):e495101321540.

*Este texto é patrocinado por OneTouch.

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