Você sabe como realizar o descarte de seringas e agulhas? Uma grande preocupação de saúde pública é com o descarte dos materiais perfurocortantes, ou seja, os medicamentos e dispositivos usados para os injetáveis, e os dispositivos e materiais usados para realizar a monitorização da glicose. Quando ocorre o descarte em local impróprio há risco de ferir ou contaminar pessoas que manipulam esses resíduos. 

Nas unidades de saúde esse descarte segue as recomendações de diretrizes de manejo e eliminação de resíduos, entretanto em domicílio isso é pouco monitorado. Além disso, pesquisas recentes demonstram que a maioria das pessoas que fazem uso de insulina não seguem as recomendações de segurança para o descarte consciente do material. 

O material para descarte deve ser um coletor de estrutura rígida, inquebrável e resistente à perfuração ou vazamento, com abertura larga o suficiente para o depósito de materiais sem acidentes e tampa. Dessa forma, as garrafas pet não possuem indicação para serem utilizadas para esse fim, visto que o seu material é menos resistente e pode ocasionar perfurações e, como consequência, um acidente perfurocortante com o profissional de saúde que receber o material. 

Um recurso que pode ser utilizado é o descarte em frascos de produtos de limpeza vazios com as características citadas, embora você possa solicitar em alguma Unidade Básica de Saúde a disponibilidade de materiais próprios.

Algumas recomendações que devem ser empregadas por todas as pessoas que fazem uso de seringas e agulhas descartáveis em domicílio, são:

  • Realizar o descarte de agulhas, de seringas, de frascos vazios de insulina, de canetas descartáveis e de reservatórios de insulina das bombas de infusão (cateter, cânula ou agulha guia) e materiais com sangue em coletor adequado (tipo descarpack, descartex ou semelhante) logo após o seu uso;
  • Não realizar o descarte em lixo comum;
  • Não reencapar a agulha ou desacoplar a agulha das seringas;
  • Manter o coletor em local seguro, evitando acidentes com crianças e animais, mas que seja de fácil acesso para utilizar regularmente;
  • Não tentar pegar qualquer objeto do coletor ou tentar esvaziar para reutiliza-lo, pois isso pode acarretar acidentes;
  • Fechar o coletor quando ele estiver em sua capacidade máxima (quase cheio ou dois terços da sua capacidade total), colocá-lo dentro de uma sacola plástica amarrada e depois dentro de uma outra sacola mais resistente para transporte;
  • Entregar o coletor (protegido pelas duas sacolas) na Unidade Básica de Saúde mais próxima.

A sua segurança e das pessoas que estão à sua volta dependem de informações claras e de conscientização, por isso, seguir os cuidados necessários de descarte de material é um ato de cidadania. Passe essa informação à diante para maior segurança de todos! 

 

Referências Bibliográficas

Diretrizes, Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020). Práticas Seguras para o Preparo e aplicação de Insulina. Clannad: 2019; p. 189-205. [citado em 12 de Jan 2022]. Disponível em: http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf

Banca R, Marroni M, et al. Técnicas de aplicação de insulina. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2022). DOI: 10.29327/557753.2022-4, ISBN: 978-65-5941-622-6. [citado em 12 de Jan 2022]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/praticas-seguras-para-preparo-e-aplicac%cc%a7a%cc%83o-de-insulina/

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

Cartilha de Orientação De Descarte de Resíduos no Sistema FMUSP-HC

André, S.C.D.S., Mendes, A.A., et al. Resíduos gerados por usuários de insulina em domicílio: proposta de protocolo para unidades de saúde. Ciênc. cuid. saúde, 8-8. São Paulo, 2012. [citado em 12 de Jan 2022]. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1120294

 

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