Gliconline Diabetes no Valor Econômico:

A preocupação com a saúde tem aquecido o segmento de aplicativos para dispositivos móveis. “A tecnologia possibilita a criação de novos modelos de atendimento”, diz Mônica Araújo, diretora da Hospitalar – feira internacional  de  produtos, equipamentos,  serviços  e  tecnologia  para  hospitais,  laboratórios,  farmácias,  clínicas e  consultórios.

Nos últimos  anos,  a executiva viu crescer o  número de startups com sistemas capazes de colocar  o controle da saúde na palma das mãos dos pacientes.

Entre as opções, ela destaca um aplicativo europeu, o CardioSecur, capaz de realizar um eletrocardiograma, com o uso de um celular e um conjunto de eletrodos adaptados para a entrada dos fones de ouvido. “Se o paciente cardíaco sente um mal­-estar, ele mesmo posiciona os eletrodos e aciona as  funcionalidades  de medição”, explica Mônica.

A tecnologia reduz o pânico de quem está em tratamento  e reúne dados que podem ser enviados ao médico. “Em caso de suspeita de infarto, o atendimento é feito de forma rápida, evitando sequelas”, afirma. No Brasil, as incubadoras de empresas também veem crescer o número de startups dedicadas à saúde.

Centros de inovação como o do Hospital Israelita Albert Einstein e incubadoras da Universidade de São Paulo (USP) buscam novatas para ampliar o portfólio de soluções.

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Da tese de doutorado de Karla Melo, PhD em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP, e portadora de diabetes tipo 1, surgiu a base científica para o aplicativo GlicOnline, que permite o controle do diabetes.
De acordo com Gabriel Schon Moreira, sócio fundador do GlicOnline, a principal vantagem está no fato de o portador de diabetes ter autonomia em seu tratamento.

No aplicativo, é possível registrar os resultados do teste de medição do açúcar no sangue –  aquele no qual  o paciente fura a ponta do dedo para tirar uma gota de sangue ­ e os alimentos consumidos  em cada refeição.  “O sistema cruza os dados e ajusta a dose do remédio”, explica Moreira.

Segundo ele, o acompanhamento permite maior liberdade ao paciente. “Quem tem diabetes vive impedido de comer, fica constrangido em festas e reuniões e acaba isolado”, diz. Quando  o paciente tem a possibilidade de registrar  o alimento e dosar o medicamento corretamente, tem condições de levar a vida com mais qualidade. O controle  também evita  desnutrição.  “Sem saber o que comer,  o diabético tende a repetir sempre  o mesmo prato,  comprometendo a ingestão de nutrientes”, afirma.

Ao acessar o aplicativo, o paciente pode convidar o médico e o profissional de nutrição para compartilhar os dados.  Dessa forma, o médico entende em quais horários do dia o diabético tem picos  ou quedas na taxa de açúcar. Já o nutricionista consegue saber os alimentos que mais afetam a doença. “Também criamos funcionalidades para que cuidadores tenham as informações sobre medicação, alimentação e procedimentos de socorro, dando maior  segurança a idosos e crianças”, lembra Moreira.

Atendimento Humanizado do Gliconline

A humanização, aliás, é uma das preocupações percebidas na maior parte dos aplicativos desenvolvidos pelas startup s. Incubada no Cietec (da USP), a Sollis desenvolveu a Receita Segura. A plataforma une médicos, pacientes e rede credenciada (farmácias e laboratórios) e garante prescrição segura e legível de medicamentos.

Carlos Eli Ribeiro, sócio fundador da Sollis, explica que é comum pacientes tomarem remédio errado, atrapalhando o tratamento.  E não é só questão de ler a receita.  Segundo Ribeiro,  quando a farmacêutico  está envolvido  no processo,  ele vai indicar a forma certa de tomar a medicação. No balcão, ele ainda tem condições de alertar o  paciente se ele  estiver  levando outro remédio que não pode ser tomado em conjunto.

“Às vezes, o doente acha que uma aspirina não vai causar nenhuma reação adversa”, diz. Pela plataforma,  o médico ainda é informado de que o paciente  comprou  o medicamento e foi instruído. A Receita Segura agrupa cerca de seis mil usuários. Ribeiro, no entanto, aposta em um salto capaz de ampliar a base para 14 milhões. “Estamos negociando com as redes Onofre e Droga Raia “, afirma Ribeiro.

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