O mês de agosto é considerado como o mês do incentivo ao aleitamento materno, que segundo o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) deve ser incentivado de maneira exclusiva até os 6 meses e complementar, preferencialmente, até a criança completar 2 anos. Mas, em quem tem diabetes como fica essa questão? Será que mulheres com diabetes podem amamentar? Confira abaixo!
Vantagens da amamentação
Existem diversos benefícios do aleitamento, tanto para a mulher quanto para o bebê. Por isso é importante conhecê-los para compreender a importância de incentivá-lo. Descrevemos alguns deles à seguir:
- Para as mães: diminui o sangramento pós parto; previne a anemia materna; reduz o risco de câncer de mama e ovários; acelera a perda de peso; evita osteoporose e protege contra doenças cardiovasculares.
- Para o bebê: garante maior contato com a mãe; reduz as chances de cólicas; reduz as chances de doenças alérgicas, cardiovasculares e diarreia; desenvolve inteligência e estimula a arcada dentária.
Mas, afinal: mulheres com diabetes podem amamentar?
Algumas mulheres desenvolvem o diabetes na gravidez (Diabetes Mellitus Gestacional – DMG), entretanto, esse diagnóstico não significa que a mulher permanecerá com o diabetes. Por isso, cabe apontar que quanto maior for o tempo de amamentação e aleitamento materno exclusivo, maior será a chance dela não desenvolver diabetes tipo 2 posteriormente.
Após a descoberta do DMG é comum a reeducação alimentar e algumas vezes o uso da insulina, que também é utilizada para pacientes com diabetes tipo 1. Ao considerar uma paciente com diabetes tipo 1 que amamenta é possível perceber que ela possui a glicemia mais estável e geralmente é necessário realizar redução na dose de insulina. Além disso, uma das vantagens do aleitamento materno (associado a evitar a introdução do leite de vaca nos primeiros 3 meses de vida) para o bebê é a prevenção primária do diabetes tipo 1.
A composição de leite materno pode variar em mulheres com diabetes, entretanto quando há controle glicêmico não há grandes variações. Já a quantidade de leite, pode ser menor nas primeiras 24 horas após o parto. Essa informação é importante pois os bebês nascidos de mães com diabetes podem apresentar hipoglicemia ao nascer. Por isso, em alguns casos, há a orientação da extração do colostro (primeiro leite) na gravidez para estimulação da sua produção e armazenamento com objetivo de evitar o uso de fórmula infantil assim que o bebê nascer.
Nesse sentido, já foi possível perceber que mulheres com diabetes não só podem, como devem amamentar seus bebês, não é mesmo?
Leia também: Diabetes gestacional: causas, diagnóstico e tratamento
Referências Bibliográficas
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022. [citado em 14 de Ago 2023] Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/
Perilo TVC. Tratado do especialista em cuidado materno-infantil com enfoque em amamentação. Belo Horizonte: Mame bem, 2019.
Forster DA, et al. Safety and efficacy of antenatal milk expressing for women with diabetes in pregnancy: protocol for a randomized controlled trial. BMJ Open, Vol 4. 2014. [citado em 14 de Ago 2023] Disponível em: https://bmjopen.bmj.com/content/4/10/e006571
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