Você já viu alguém usando um adesivo para manejar a glicemia? Ele é um sensor que monitora a glicose do indivíduo de maneira contínua e é utilizado por pessoas que possuem diabetes. Recentemente o sensor tem sido motivo de polêmica nas redes sociais por ter sido considerado por alguns como um “aparelho de luxo”, além disso, alguns famosos estão divulgando o seu uso apoiando todas as pessoas que precisam desse dispositivo. O ator José Loreto, por exemplo, é uma dessas celebridades e desfilou com o sensor visível em seu corpo na 55ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW). 

O sensor de glicemia, ou sistema FreeStyle Libre, é uma alternativa ao glicosímetro. Com ele não é necessário realizar furinho no dedo a cada aferição da glicose, pois o aparelho já faz a verificação a cada minuto. Além disso, pode ser usado a partir de 4 anos de idade por pessoas com o diabetes tipo 1 ou 2. É interessante informar que a sua calibração já vem de fábrica e precisa ser trocado a cada 14 dias.  

Esse dispositivo é composto por dois componentes, o leitor/App e o sensor. A sua utilização segue três etapas: 

  1. Aplicação do sensor; 
  2. Escaneamento; 
  3. Leitura da glicemia. 

O sensor deve ser aplicado no corpo do paciente (de preferência no braço), no tecido subcutâneo, por meio de um aplicador que vem com o aparelho. Ele possui 35 mm de diâmetro por 5 mm de espessura, no formato de disco e um filamento de 5 mm no centro e sua utilização é indolor. Os dados escaneados poderão ser analisados por meio do leitor e aplicativo para celular e ficam gravadas por até 90 dias. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a utilização desse recurso por pacientes, tanto com diabetes tipo 1, como com diabetes tipo 2, resultou na diminuição da ocorrência e do tempo de hipoglicemia (baixo açúcar no sangue), na redução da hemoglobina glicada (com o manejo das metas de glicemia) e na redução de ocorrências nas hospitalizações e internações por complicações por cetoacidose diabética. 

Por isso, a SBD, por meio de uma nota técnica divulgada em agosto de 2022, recomendou a sua utilização, e ampliação como política pública, sendo oferecido a população com diabetes em ordem de preferência, de acordo com a disponibilidade de recursos, por: 

  1. Pacientes com diabetes mellitus 1 ou 2 tratados com insulina que apresentam hipoglicemia grave ou noturna repetida; 
  2. Todos os pacientes com diabetes tipo 1; 
  3. Pacientes com diabetes tipo 2 que fazem uso de insulina. 

Por isso, agora que você conhece essa ferramenta e as suas vantagens, divulgue a importância da valorização desse recurso para as pessoas que convivem com o diabetes!

Referências Bibliográficas 

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Nota Técnica Monitorização contínua da glicose com o sistema freestyle libre®. São Paulo, 2022. [citado em 02 de Jun 2023] Disponível em: https://profissional.diabetes.org.br/wp-content/uploads/2022/08/NOTA-TA_CNICA-MONITORIZAA_A_O-CONTA_NUA-DA-GLICOSE-COM-O-SISTEMA-FREESTYLE-LIBREA%C2%AE_v.2.pdf 

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022. [citado em 02 de Jun 2023] Disponível em:https://diretriz.diabetes.org.br/ 

Rio de Janeiro (RJ). Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Superintendência de Atenção Primária. Coleção Guia de Referência Rápida: Diabetes Mellitus. 1ª edição. SMS/RJ PCRJ: 2016. [citado em 02 de Jun 2023]. Disponível em: https://subpav.org/SAP/protocolos/arquivos/GUIAS_REFERENCIA/guia_de_referencia_rapida_-_diabetes_mellitus.pdf 

Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus – Brasília: Ministério da Saúde, 2013