Se você tem vontade de fazer uma tatuagem e está preocupado(a) se pode fazer devido ao diabetes, saiba que essa condição em particular não te impede de tatuar. Entretanto, é importante se atentar para situações que podem interferir na sua cicatrização. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o indivíduo que vive com essa condição crônica torna-se vulnerável a outras complicações, como os problemas vasculares, a redução da cicatrização, as infecções e as úlceras crônicas. Por isso, é importante estar atento a sua saúde e conversar com o seu médico para entender as situações que podem influenciar em uma possível dificuldade de cicatrização. 

Uma boa cicatrização envolve diversos fatores, tais como, a alimentação, a circulação, a hidratação da pele, entre outros. Pessoas com diabetes precisam ter atenção redobrada no manejo para manter a glicemia dentro da meta e evitarem outros riscos. Quando a glicemia está fora dos valores estabelecidos pelo médico existe grande probabilidade das lesões não cicatrizarem e de desenvolverem infecções, visto que a pessoa com diabetes já possui maiores incidências de infecções por fungos e bactérias. 

Além disso, outra causa que pode influenciar no processo de cicatrização é o envelhecimento, sendo assim, pessoas com mais de 60 anos e com diabetes possuem risco dobrado de desenvolverem úlceras crônicas e dificuldade de cicatrizar lesões. 

Agora que você já compreendeu os riscos, saiba que se possui uma boa cicatrização e está com a meta de glicemia dentro do esperado é possível que não haja riscos em realizar uma tatuagem, embora seja necessário diálogo com o seu médico e a realização dos exames de rotina.

Caso você tenha conversado com seu médico e tenham acordado que não há riscos em realizar uma tatuagem, saiba que existem cuidados comuns a serem tomados para que haja uma boa cicatrização, são eles:

  • Escolher o local a ser tatuado, dando preferência a uma área que tenha boa circulação e que não seja utilizada para a aplicação da insulina — caso você faça uso. Caso possua problemas de circulação associados deve-se evitar escolher os pés, os tornozelos e canelas, por exemplo. Outros locais que devem ser evitados são as cartilagens (nariz, orelha, articulações, mamilo e órgãos genitais;
  • Conhecer o local que irá realizar o procedimento tendo a certeza que o profissional segue regras de segurança e higiene necessárias estabelecidas pela vigilância sanitária;
  • Observar se os materiais utilizados (luvas, agulhas, lâminas) são descartáveis, para evitar infecções, inclusive de hepatite B, hepatite C e HIV.

Embora tenhamos citado as tatuagens, qualquer procedimento que utiliza materiais perfurocortantes precisam ser avaliados em consulta, caso a caso, antes de serem realizados. Lembre-se que as condições de cada um são diferentes, por isso as condutas são individualizadas. Se seu amigo, que também possui diabetes, está com uma contraindicação, não significa que você também a terá. Você precisará avaliar a sua condição de saúde com o seu médico, pois a avaliação e decisão será estabelecida em conjunto. 

 

Referências Bibliográficas

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes 2022. [citado em 11 de Jan 2022]. Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/

Da Silva, T.G et al. Fisiopatologia da cicatrização em pacientes portadores de diabetes mellitus. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 4, p. 14438-14452, Curitiba: 2021. [citado em 11 de Jan 2022]. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/32304

Rocha, J. L., Baggio, H. C., Cunha, C. A. D., Niclewicz, E. A., Leite, S. A., & Baptista, M. I. Aspectos relevantes da interface entre diabetes mellitus e infecção. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 46, p. 221-229, São Paulo: 2021. [citado em 12 de Jan 2022]. Disponível em: https://www.scielo.br/j/abem/a/mGF4JV8pq6XFLMdNrjbg7TK/abstract/?lang=pt

 

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