Você dorme bem? Já ouviu falar sobre a relação entre sono e diabetes?

É uma relação muito forte! Vem comigo que eu quero te convencer do porquê.

O horário em que fazemos nossas refeições impacta diretamente o horário em que sentimos sono e vice-versa. A regularidade do nosso sono modifica nossa sensação de fome e saciedade e a capacidade do corpo de controlar os níveis de açúcar no sangue.

Isto acontece porque os sistemas neurobiológicos que controlam o sono e nosso relógio biológico e os que controlam os níveis de açúcar no sangue são em parte os mesmos.

Vou te dar um exemplo um pouco extremo, mas para ilustrar como isso acontece na prática.

Em um estudo feito com mais de 200 pacientes hospitalizados na Universidade de Chicago nos EUA (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27903614/), pesquisadores monitoraram a duração e a qualidade do sono durante um período de internação. Eles compararam o que acontecia dividindo-se os pacientes em três grupos: os que tinham níveis normais de glicemia, os que tinham a glicemia de jejum alterada e os que tinham hiperglicemia, com os níveis muito altos de glicose no sangue. Independentemente do diagnóstico de diabetes, isto é, mesmo em indivíduos sem um problema já instalado no metabolismo do açúcar, os pesquisadores observaram que para cada 10% de aumento na eficiência do sono havia uma redução de 18% na chance de se ter a glicemia de jejum aumentada.

A eficiência do sono é calculada com base na razão entre tempo de sono e tempo que se fica na cama tentando dormir. Quem fica na cama 7 horas e dorme as 7 horas que ficou na cama tem uma eficiência do sono de 100%. Consideramos uma eficiência do sono menor do que 85% abaixo do normal. Então ficar na cama 8 horas e 15 minutos e dormir 7 horas, por exemplo, já poderia indicar uma ineficiência do sono. É importante diferenciar o tempo que se fica na cama tentando dormir, entretanto, do tempo que se fica na cama fazendo outra coisa (namorando, lendo, vendo TV etc.), que não deve entrar na conta da eficiência do sono.

Tempo de repouso e de sono, assim como o tempo em atividade gastando energia, têm um papel fundamental sobre como nosso corpo regula nosso metabolismo, através da produção de hormônios como o cortisol e a insulina. Por isso, ajustar a conta da eficiência do sono é muito importante! A necessidade de número de horas de sono pode variar entre pessoas, mas para a maioria o ideal é de 7 a 9 horas.

Dormir regularmente menos do que 7 horas pode dificultar o controle do diabetes, pois um encurtamento do sono pode:

– Aumentar a resistência à insulina.

– Produzir mais sensação de fome e reduzir a saciedade após as refeições (você já percebeu que aqueles dias que dormimos menos costumamos atacar a geladeira?)

– Aumentar o desejo por carboidratos e açúcar.

– Dificultar a perda de peso.

– Elevar a pressão arterial e o risco de infarto.

– Fazer o sistema imunológico menos capaz de lutar contra infecções.

– Aumentar as chances de quadros de depressão e ansiedade.

Para além do tempo de sono e da conta da eficiência do sono, há distúrbios do sono muito frequentes em pessoas que têm diabetes, de modo geral subdiagnosticados, como a apneia do sono e a síndrome das pernas inquietas. O principal sinal da apneia do sono é o ronco, quanto mais intenso, maior a probabilidade de que esteja fragmentando o sono e levando a pausas na respiração. Essas pausas causam despertares que nem sempre as pessoas têm consciência de que acordaram. Elas também podem ser longas o suficiente para reduzir os níveis de oxigênio no sangue, o que sobrecarrega o coração. Esses fatores somados dificultam o controle do diabetes. A síndrome das pernas inquietas geralmente causa muito desconforto na hora de ir dormir e se relaciona a queixa de insônia e cansaço, de um sono não reparador. 

Se você tem dificuldades para dormir ou sente que dorme e não descansa, vale a pena conversar com a(o) profissional de saúde que te acompanha e pedir ajuda.

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Mas, eu também quero te apresentar a Vigilantes do Sono (https://www.vigilantesdosono.com/). Nós desenvolvemos um programa digital para ajudar as pessoas na jornada de busca por um sono melhor. Temos uma robozinha inteligente chamada Sônia que pode te guiar nessa jornada. Ela monitora seu sono junto com você e te ensina um passo a passo do que fazer no dia a dia. São conhecimentos que treinam nossa autopercepção e nos ajudam a desenvolver habilidades que proporcionam relaxamento físico e mental, e que favorecem um sono de qualidade. O programa foi todo construído com as melhores evidências científicas do que realmente funciona. Por exemplo, tomar um banho e um chá quentinho podem ajudar a pegar no sono mais facilmente, mas sozinho esse ritual não resolve a vida de quem tem uma insônia mesmo. 

Outra coisa é que a relação entre sono e diabetes também é muito forte, pois o diagnóstico de diabetes em si pode modificar a relação que a gente tem com o sono. Os medicamentos podem alterar a arquitetura (as fases) e a qualidade do sono e as próprias alterações no metabolismo do açúcar também impactam a diurese, por exemplo, aumentando a produção de urina pelos rins e a frequência de ir ao banheiro, principalmente no período noturno. Então, a experiência com o sono de uma pessoa que tem diabetes não é mais a mesma e o processo de adaptação muitas vezes não é simples.

A Glic, junto com a Vigilantes do Sono, quer trazer para você uma solução acessível e efetiva, te estimulando a valorizar e a cuidar também da saúde do seu sono. Se você sentir que ele não vai bem, realmente, aprender as coisas que a Sônia pode te ensinar no programa, tem grandes chances de melhorar seu bem-estar e qualidade de vida, e de ajudar a otimizar o controle do diabetes. Nesta oportunidade exclusiva, se você é do Glic e tem acompanhamento de um profissional de saúde, você pode convidá-la(o) a te acompanhar na plataforma de telemonitoramento da Vigilantes do Sono e ganhar benefícios.

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0168822719316134?casa_token=kGb8xzIzqEQAAAAA:ff6oeiTNuM1MKhUi9qvWTHTlb0VHr-0NuswrUQQRUsPesio4Ezsg0dbEna5aXrrWhqtbovrht2w

https://link.springer.com/article/10.1007/s11892-018-1055-8

https://www.sleepfoundation.org/physical-health/sleep-and-blood-glucose-levels

https://www.cdc.gov/diabetes/library/features/diabetes-sleep.html