VEM CÁ, AMIGX. VAMOS CONVERSAR SOBRE COMPLICAÇÕES E DIABETES?
Depois que somos diagnosticados com diabetes, muitos de nós acabam ouvindo coisas como “eu tenho um conhecido que amputou um membro por conta do diabetes”, “tenho um familiar que faleceu por conta do diabetes”, muitas vezes por falta de conhecimento da condição.
Conforme vamos amadurecendo nossos conhecimentos no tratamento, acabamos descobrindo que esses acontecimentos não são necessariamente uma sentença só por ter diabetes, mas muitas outras coisas que estão por trás de uma eventual complicação, tais com dificuldades no tratamento, localização geográfica, acesso tempo de diagnóstico e etc.
São muitas questões e desafios profundos pra entender o que são as complicações dentro de uma comunidade que cresce cada vez mais, mas que ainda hoje trata as complicações do diabetes como um tabu.
A suspeita
Faz-se necessário não nos escondermos do que pode de fato acontecer, afinal, quem tem informação pode fazer algo com ela, como tomar medidas de prevenção. Mas o que fazer quando desconfiamos de uma complicação?
No fundo dos nossos pensamentos vem à tona aquelas frases ditas no começo do texto. Abraçamos o medo, e queremos não pensar nisso, fugimos disso, nos vemos ansiosos com a ameaça de um possível novo diagnóstico.
Muitas vezes não sabemos nem por onde começar a procurar ajuda, ou se sabemos, fingimos que não é com a gente, que aquele sintoma logo vai passar. “Ah, vai passar”, “é só um formigamento”, “é só uma dorzinha”, “é só…” E assim vamos empurrando as investigações por medo.
Caso você tenha qualquer sintoma diferente, é importante comunicar sua equipe de saúde. Alguns exemplos: Dores, formigamentos, dificuldades para enxergar, machucados que não cicatrizam, perda de sensibilidade, e etc.
E agora, o que fazer?
Procurar ajuda direcionada é o primeiro dos passos para possíveis investigações.
Exames e avaliação individual para o diagnóstico correto pode exigir de você paciência e resiliência, afinal, investigar algo não é lá uma coisa tão simples.
É como um jogo de quebra cabeças. Os jogadores vão tentando identificar onde fica cada peça e o que faz mais sentido : “Como posso te ajudar?” “Olha, sei que agora tem mil coisas na sua cabeça, mas vamos juntos(as) descobrir o melhor caminho, ok?” “Em quais momentos você se sente assim? Vamos ver juntos o resultado dos seus exames?”
A descoberta
A partir daí, começa uma nova caminhada. Alguns dias menos desafiadores, outros mais, e então surge um novo olhar dentro da gente: o de ressignificar. Aquela sensação do diagnóstico do diabetes volta, com um carinha nova e acompanhada de “algo à mais”. Descobrir o que controla ou não a nova condição, adaptações na rotina se necessário e acompanhamento. Aprendemos a ser resilientes, aprendemos o valor de pedir ajuda quando preciso, falar quando nada está bem, estar com quem torna o caminhar mais colorido. Aprendemos sobre empatia, e que nem toda dor ou “limitação” é necessariamente visível. Às vezes ela vai estar lá e você precisará fazer algo com aquilo, seja parar, descansar, pedir ajuda, tomar o medicamento caso tenha indicação, ou seja lá o que for.
Entendemos o significado da música “Tente outra vez” do Raul Seixas, só que dessa vez, de uma maneira mais profunda, o de não desistir e de dar um passo por vez.
Caso você já tenha alguma complicação do diabetes, queremos compartilhar 5 coisas que podemos aprender, baseadas na experiência pessoal de uma das integrantes da nossa equipe:
1- Tem coisas na vida que nem sempre é sobre ter feito algo certo ou errado.
2- Apesar de tudo, sempre há algo a ser feito daqui pra frente.
3 – Segurar a mão de alguém ou abraçar sempre é melhor que julgar.
4- Mesmo que você tenha se equivocado, o que importa é o daqui pra frente.
5- Eu junto com a equipe de saúde formamos um time;
Lembre-se sempre que você não está sozinho e nem precisa passar por este caminho sem apoio.
Vamos juntos?
Baixe o Glic, gratuitamente.
Com apoio é bem melhor, mas penso que o primeiro desafio é se desarmar para conseguir apertar a mão de alguém.