No Brasil ocorrem cerca de 13 mil suicídios por ano. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é 10 de setembro, e por causa disso, neste mês, acontece uma campanha dedicada à saúde mental de nossa população conhecida como Setembro Amarelo.

O suicídio é o resultado aparente e extremo de um problema bastante incompreendido por todos nós. O sofrimento psíquico não costuma ser considerado doença grave, uma vez que não é detectado nos mais diversos e modernos exames clínicos.

No entanto, as pessoas portadoras de depressão e seus parentes próximos ou amigos, sabem bem o quanto é incapacitante esta patologia. E isto independe da saúde física, nível social ou aparência da pessoa.

Vários são os fatores de risco para o suicídio, sendo que a existência de um transtorno mental é a sua maior causa. Dentre outros, menos relevantes, podemos mencionar o estresse e a presença de doenças crônicas.

Apesar de “transtorno mental” compreender um amplo espectro de problemas psicológicos, a prevenção ao suicídio foca, sobretudo, nos sintomas negativos do transtorno bipolar, que anteriormente era conhecido como doença maníaco-depressiva ou simplesmente depressão.

É chamado de bipolar porque ora o sujeito apresenta sintomas maníacos, como um otimismo exacerbado e perda de contato com a realidade, ora apresenta episódios depressivos, como falta de energia e total desinteresse em atividades cotidianas.

As causas deste transtorno não são conhecidas, daí não haver cura. Mas pode ser controlado com terapias e medicamentos, dentre eles o estabilizador de humor, que evita picos de euforia e tristeza, trazendo o paciente para a normalidade.

As doenças crônicas não representam uma significativa causa de suicídio, porém o diabetes é um grande fator de risco para a depressão. Vários estudos mostram que pessoas com diabetes são mais propensas a tornarem-se depressivas.

A hipoglicemia e hiperglicemia, eventos bastante comuns em diabéticos, são capazes de alterar, mesmo que temporariamente, o comportamento da pessoa podendo levá-la a tomar atitudes que a colocam em risco.

Além disso, ainda observamos que aqueles que sofrem com as dores da neuropatia, muitas vezes revelam um profundo desgosto com a vida que estão tendo. Tudo merece atenção dos familiares e amigos.

Para ficar longe desses desejos de morte ou da depressão, o melhor a fazer é um acompanhamento frequente da glicemia e uma boa atividade física, podendo até ser uma simples caminhada. 

Devemos ficar alerta para qualquer variação glicêmica da própria diabetes. Muitos resultados negativos consecutivos nos convocam a rever nossa estratégia de tratamento e visitar o endocrinologista.

Para nossa sorte, um mínimo de atenção com a saúde nos afasta de qualquer efeito colateral. A vida é longa e, certamente, encontraremos todos os dias bons motivos para viver. Morrer antes do tempo não deve ser uma escolha. Amanhã o sol volta a brilhar. Previna-se, cuide de seu diabetes.

 

Raquel Limonge – psicóloga, editora do TiaBeth.com